João Paulo Azevedo, atleta FIOCCHI AMSTER.

Com o tiro desportivo aos pratos a entrar na sua força, nada melhor que entrevistarmos um dos atletas mais conceituados no panorama desportivo nacional, João Paulo Azevedo.
Texto: Carlota Teixeira

Quem é o João Paulo Azevedo fora dos Campos de Tiro?
É pai de uma menina chamada Frederica, trabalha numa empresa de prestação de serviços e de produtos químicos.
Como começou a sua trajetória no mundo do tiro desportivo com armas de caça? E o que é que o fez querer ser um atleta federado e ingressar nas competições?
O tiro começou em miúdo, com 12, 13 anos, quando acompanhava o meu pai ao campo de tiro, claro que nessa altura ainda não podia atirar. Com 14 anos comecei a atirar e fiz metade do campeonato e atirei muito bem. O meu pai viu que havia ali uma hipótese de praticar um desporto e fugir a algumas coisas más que andavam aí na altura. Continuei a praticar e aos 15 anos integrei a Seleção Nacional e fui campeão do mundo de juniores em duas modalidades diferentes. Acho que a partir daí foi sempre a subir, óbvio que tive algumas quedas. Andei nas modalidades que não eram olímpicas enquanto júnior. Quando estava a terminar a fase de júnior a federação começou a levar alguns atletas ao Fosso Olímpico e despertou aí o interesse pela modalidade olímpica.
Como chegou e como foi o percurso até se tornar num atleta olímpico?
Comecei no Fosso Universal, que era uma modalidade onde eu era muito bom atirador, se calhar até onde fui melhor atirador, fiz 4, 5 campeonatos do mundo, já não sei. Aos poucos comecei a ir às provas de fosso olímpico e integrava a seleção, mas não era assim um atirador fora de série. Apareceu ali uma meta que eram os Jogos Olímpicos e, é daqueles sonhos que se mete da cabeça, “gostava de ir”. Fui sempre lutando. Fiz 3 ciclos olímpicos completos, a andar sempre muito perto de lá chegar e não conseguir. No ciclo de Tóquio consegui, a um ano de acabar o período, apurar-me na Finlândia e o sonho realizou-se. Não como eu queria devido à pandemia, pois gostava de ter feito coisas diferentes com a família. Família que vai sempre apoiar-me.
Qual o momento mais marcante na carreira?
Há dois. O apuramento para os Jogos, mas antes disso, não é bem na carreira, mas há ali um ponto de viragem que é o nascimento da Frederica, a minha filhota. Até lá nunca tinha chegado a nenhuma final de Fosso Olímpico e no ano em que ela nasceu, em 2016, eu chego à primeira. Houve ali mais um “click” e parece que as coisas aconteceram com um bocadinho mais de facilidade, começou tudo a correr de outra maneira. A prova na Finlândia de apuramento para os Jogos, em 2019, aí foi uma coisa surreal, acho que foram precisos alguns dias para eu reter aquilo que tinha acontecido. Foram tantos anos a lutar por uma coisa que nunca aparecia, mais quatro anos, depois mais quatro. E diziam-me muitas vezes que era difícil esse apuramento, que só 1% dos atletas é que chegam aos Jogos Olímpicos. Nunca tinha dito isto antes, mas na fase de apuramento para Tóquio eu dizia à minha mulher “É nestes Jogos que eu vou!” Então ela disse-me que iria também com a nossa filha. Apurei-me, mas elas não puderam ir devido à Covid-19.

O porquê da escolha da modalidade de fosso olímpico?
É uma modalidade parecida com o fosso universal que era onde eu atirava bem e onde quebrei muitos recordes. Acho que era uma das modalidades que, em Portugal, ainda era possível formar uma equipa para ir lá fora. No SKEET não temos atiradores neste momento e o double TRAP desapareceu. Era por ali que via um caminho para chegar aos Jogos Olímpicos, era a modalidade que me podia levar lá.
Tem algum hábito que cumpre em todas as provas?
Não. Tenho as minhas crenças, mas não tenho hábitos, não há nada que faça antes de ir atirar para correr bem, nem sapatilhas preferidas, nem óculos, nem essas coisas. Gosto de, quando estou fora, falar com a família de manhã antes das competições. Não tenho nada que me faça dizer “não fiz aquilo, já vai correr mal”, não.
A escolha do equipamento é algo fundamental para qualquer atleta, com que arma e cartuchos atira? E como chegou a essa decisão?
A arma é uma Pietro Beretta DT11, com cano 81, que é um protótipo que a Beretta me ofereceu, ainda estamos a testar. A munição é FIOCCHI GOLDEN. Cheguei à Beretta há muito tempo, são meus patrocinadores há mais de 15 anos. Há um respeito mútuo, eu pela marca e eles por mim e tem funcionado muito bem, não me tem faltado apoio da parte deles. Foi a arma com que na modalidade olímpica mais me destaquei, desde a DT10, depois com a DT11 de fita baixa, DT11 fita alta. Nunca tive dificuldade em adaptar-me. São armas que chumbam muito bem e é a arma que mais se identifica comigo e com o meu estilo de tiro. A Beretta e a FIOCCHI funcionam muito bem. Quase todos, 75%, 80% dos atiradores da seleção italiana atiram com Beretta e com FIOCCHI Golden, que está mais que testado por eles, porque eles não atiram com qualquer coisa. Foi uma questão de experimentar e de facto o cartucho é excelente. Para mim é o cartucho mais calibrado, em competição, em termos de retrocesso e de chumbada. Acho que o tiro está muito equilibrado e funciona muito bem nas Beretta´s.

Sabemos que os cartuchos são a peça-chave para o desempenho positivo de um atleta de tiro. Como decidiu em que marca iria apostar nas competições?
A FIOCCHI já é um amor que vem de trás, já tinha sido patrocinado por eles por 3 anos, depois desapareceu de Portugal, entretanto a Amster foi buscar a marca outra vez e conversámos sobre o apoio. Já não havia mais testes a fazer. É uma marca que está muitas vezes presente nas provas internacionais. Essa é a grande dificuldade que nós temos com os cartuchos, são as marcas que chegam às provas internacionais. Nós andamos um ano inteiro a treinar com um cartucho e depois chegamos à prova e não o temos, cria-se ali certas desconfianças. Com a FIOCCHI não temos esse problema.
Para si, qual é a característica mais importante no cartucho (gramagem, velocidade, etc)?
Na minha modalidade uso o 24g. O baixo retrocesso, a velocidade e a chumbada homogénea são as características mais importantes para mim. Os cartuchos FIOCCHI Golden têm todas estas características. O chumbo da FIOCCHI consegue ter mais bagos, porque eles tiram peso de cada unidade, é um tratamento que eles fazem e até nisso é muito bom.
O que distingue a FIOCCHI de outras marcas que tenha experimentado?
O desempenho do cartucho ser sempre idêntico. E opinião pessoal, o que eu mais gosto é o baixo retrocesso a bater no ombro, diferente de outras marcas. Também é um cartucho que é sempre igual, não há alterações, trabalham com os melhores componentes e sejam cartuchos de 2020 ou de 2015 o desempenho é sempre o mesmo, é a diferença das grandes marcas como a FIOCCHI.
Que conselho daria a uma pessoa que neste momento, se queira iniciar no tiro desportivo com armas de caça?
É acreditar que conseguem, depois passa por muito treino. É uma modalidade que requer isso mesmo. E se gostar, é acreditar, porque tudo pode acontecer. Aconteceu comigo, também acontece com os outros. Temos de acreditar.
Que conselho daria a um atleta na hora de escolher uma marca de cartuchos para TRAP e Fosso Universal?
Tenho de defender a minha marca, a FIOCCHI. Dentro da vasta gama que eles têm, há cartuchos para diferentes tipos de atirador. Para iniciantes e para profissionais. Uma pessoa que está a começar não tem necessidade de atirar com um cartucho topo de gama, têm um leque de cartuchos mais económicos com que eu na altura treinei dezenas de vezes, esses cartuchos servem perfeitamente para treinos e para competição. Com FIOCCHI vão bem servidos. A FIOCCHI é rigorosa no material que fabrica.
Quais são as metas para o futuro?
As metas para o futuro, são perceber se o apuramento para Tóquio não foi sorte. Tentámos para Paris, as coisas ficaram perto, mas não aconteceram. Temos um ciclo Olímpico à porta, vai começar agora em março, chamamos-lhe o ano zero. O ano mais importante será 2026/2027 para o apuramento. O foco seria o apuramento, novamente para Los Angels e tentar melhorar a classificação que foi obtida em Tóquio.
João Paulo Azevedo
FIOCCHI AMSTER
Aceda ao site da Loja Amster e encontre o cartucho FIOCCHI certo para si!
Cartuchos FIOCCHI
AVISO LEGAL:
Todas as Armas e Munições só podem ser adquiridas com a apresentação de documentação comprovativa da Identidade, Licença de Uso e porte de Arma e justificação da aquisição (Carta de Caçador, Licença Federativa ou Autorização de Compra da P.S.P.)